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Sobre
Biblioteca Digital Eugénio de Andrade

A Biblioteca Digital Eugénio de Andrade é uma iniciativa colaborativa dos municípios do Fundão e Porto – territórios de nascimento e de vida do Poeta. Esta plataforma inédita disponibiliza online os importantes espólios de Eugénio de Andrade, propriedade das respetivas Bibliotecas Municipais, permitindo o acesso a uma vasta coleção de manuscritos, fotografias, objetos artísticos e outros documentos relacionados com a sua vida e obra. Navegue pelas coleções através da exposição Eugénio de Andrade: A Arte dos Versos, pela cronologia do poeta ou pela natureza dos objetos.

Sobre

O ano de 2023 celebrou o primeiro centenário do nascimento do poeta Eugénio de Andrade, nascido a 19 de janeiro de 1923 em Póvoa de Atalaia, no concelho do Fundão. Eugénio de Andrade, pseudónimo de José Fontinhas, cuja atividade criativa da obra poética nos acompanha há mais de 50 anos, conta com tradução para inúmeras línguas e vários prémios atribuídos. Morreu a 13 de junho de 2005 no Porto, cidade que o acolheu em mais de metade da vida.

O Museu e Bibliotecas do Porto assinalaram a efeméride com um vasto programa que se estendeu ao longo de 12 meses: duas exposições, conversas, leituras, concertos, derivas, oficinas, visitas guiadas e outras manifestações que envolveram mais de 50 criadores, pensadores e autores.

 

Eugénio de Andrade mostrou cedo a sua sede pela leitura e escrita, tendo redigido os seus primeiros poemas em 1936. Enviou-os ao poeta António Botto, que lhe manifestou de imediato o reconhecimento do seu enorme talento. A sua primeira obra, o poema “Narciso”, foi publicada em Lisboa em 1940, assinada com o seu nome José Fontinhas. Dois anos depois publicou a obra “Adolescente: poemas de Eugénio de Andrade”, com desenhos de Manuel Ribeiro de Pavia, onde pela primeira vez surge o seu pseudónimo impresso. Em 1943, com o objetivo de terminar o liceu e frequentar o curso de Filosofia, vai para Coimbra. Aí, convive com Miguel Torga, Carlos de Oliveira e Eduardo Lourenço, mas também com Paulo Quintela, Afonso Duarte, Joaquim Namorado e António Sousa. De volta a Lisboa, em 1946, ingressa no quadro da Inspeção Administrativa dos Serviços Médico-Sociais, estabelecendo nessa altura novas relações com outros escritores, como Sophia de Mello Breyner Andresen e Mário Cesariny, entre outros.

Autor de uma vasta obra, além de poesia, Eugénio de Andrade publicou ainda prosa e livros infantis, organizou várias antologias e traduziu obras de diversos escritores, como Federico García Lorca, Jorge Luis Borges ou Vladimir Holan, entre outros.

 

Em 2023, ano de centenário, as celebrações estiveram ligadas à geografia sentimental de Eugénio de Andrade. O Museu e as Bibliotecas do Porto, a partir da Biblioteca Municipal Almeida Garrett, no dia do nascimento do poeta, inauguraram a exposição Eugénio de Andrade, A Arte dos Versos, partindo do espólio editorial, audiovisual e fotográfico, entregue ao Município do Porto, em 2020. A exposição reuniu cerca 200 originais, das quais fotografias, postais, poemas manuscritos e datilografados, livros e objetos pessoais do poeta que retratam diferentes fases da sua vida. Contou com a curadoria da equipa do Museu do Porto, Jorge Sobrado e Rita Roque, sob o aconselhamento científico de Arnaldo Saraiva, amigo de Eugénio de Andrade e incontornável investigador da sua obra. O espólio exposto atravessa diferentes fases e facetas da vida e obra de Eugénio de Andrade, poeta que fez da cidade do Porto a sua casa e inspiração para grande parte da sua obra.

CÂMARA MUNICIPAL DO FUNDÃO

Presidente

PAULO ALEXANDRE BERNARDES FERNANDES


Chefe de Gabinete

MIGUEL CARDOSO


Coordenação da Biblioteca Municipal Eugénio de Andrade

DINA MATOS


Inventário Biblioteca Municipal Eugénio de Andrade

SOFIA SANTOS


Apoio à produção Biblioteca Municipal Eugénio de Andrade

JORGE PEREIRA MARTINS


Equipa da Biblioteca Municipal Eugénio de Andrade

ANGELINA PEREIRA

CARLA ESTEVES

LÍDIA SALVADO

GABRIELA ANTUNES

MARTA CORREIA

ISABEL CERDEIRA


Mediação e Visitas 

EQUIPA DA BIBLIOTECA MUNICIPAL EUGÉNIO DE ANDRADE

CÂMARA MUNICIPAL DO PORTO

Presidente

RUI MOREIRA


Diretor Municipal de Cultura e Património

JORGE SOBRADO


Diretora do Departamento Municipal de Gestão do Património Cultural

MARIA JOÃO PESSOA


Chefe da Divisão Municipal de Museus

MARIANA JACOB TEIXEIRA


Gabinete de Apoio às Bibliotecas e Leitura

ANDREIA AMORIM


BIBLIOTECA DIGITAL EUGÉNIO DE ANDRADE

Organização

MUSEU E BIBLIOTECAS DO PORTO


Conceção

JORGE SOBRADO

RITA ROQUE


Gestão de projeto

JOÃO COVITA

PATRÍCIA BARBOSA


Gestão de conteúdos

RICARDO MASCARENHAS


Gestão das coleções Eugénio de Andrade

FILIPA LEITE

MARLENE ROCHA

DINA MATOS

SOFIA SANTOS


Fotografia

ANTÓNIO ALVES


Conceito gráfico

RUI SILVA


Programação web

BONDHABITS


COPYRIGHT

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Exposição

Arte dos versos

Porto

Com a exposição abriu uma alargada programação de comemorações do centenário do nascimento do poeta. Em “Leitores de Eugénio”, múltiplos convidados partilharam poemas da sua predileção do autor de “As Mãos e os Frutos”. Mensalmente, o auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett foi também palco de um programa de conversas, “A Arte dos Versos”, numa oportunidade para refletir sobre a os interstícios da vida e obra de Eugénio de Andrade. Arnaldo Saraiva e Rui Lage debruçaram-se sobre “A tarefa do poeta”, Joana Matos Frias e Bernardo Pinto de Almeida sobre “As Artes da Imagem”, João Luís Barreto Guimarães e Inês Lourenço sobre “O Porto das Artes” e Rosa Martelo e José Pacheco Pereira sobre “Política e Resistência”.

No decorrer do mês de fevereiro, às segundas-feiras, Maria João Reynaud, professora Jubilada da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, orientou a décima terceira edição do Curso Breve, “Eugénio de Andrade: breve dicionário poético”. O Museu e as Bibliotecas do Porto também assinalaram o Dia Mundial da Poesia e o Dia Mundial do Livro, com leituras públicas da obra de Eugénio, em diferentes linhas do Metro do Porto, e recitais de música e poesia com a participação de Sofia Lourenço (piano) e António Durães (dizedor).

O programa expandiu-se ainda num vasto programa educativo para famílias e mais novos, dos quais oficinas, percursos, clubes de leitura e conversas.

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Exposição

Arte dos versos

Fundão

A exposição Eugénio de Andrade, A Arte dos Verso viajou até à terra natal de Eugénio: o Fundão. Nessa passagem, sondou e mobilizou outros manuscritos poéticos e objetos pessoais de forte simbolismo do autor, integrados no acervo do município de acolhimento. A Biblioteca Municipal Eugénio de Andrade proporcionou uma aproximação à obra e vida do poeta – da infância, juventude, o nascimento do autor a alguns últimos poemas, inéditos no que respeita à publicação em livro — e explora em fotografias, ilustrações e documentos encontros e correspondências artísticas, viagens e afinidades eletivas do Ocidente ao Oriente, obras publicadas, traduções e edições em diversos países e idiomas, e a relação do poeta com a aldeia natal – Póvoa de Atalaia –, o Fundão e o Porto. Ao apresentar diferentes versões manuscritas, datilografadas ou datiloescritas de um mesmo poema, a exposição colocou ainda em evidência o trabalho e a ética de exigência imposta pelo autor na sua «Arte dos Versos»: uma mecânica de depuramento estético, de emenda e aperfeiçoamento sobre os poemas, reveladora de um ostinato rigor sobre o — ou como — ideal estético. Além da exposição, o Fundão foi ainda epicentro de um programa paralelo composto por concertos, arte urbana, documentários, debates, leituras e projetos de criação artística.


O programa comemorativo do centenário culminou com a assinatura do Contrato Interadministrativo de Cooperação entre os dois municípios – o Porto e o Fundão – para o desenvolvimento de ações no âmbito do centenário do poeta e para a criação da Biblioteca Digital Eugénio de Andrade. Os dois municípios juntaram os espólios do poeta que, depois de tratados, são agora disponibilizados nesta plataforma digital a partir de 19 de janeiro, dia do nascimento do escritor.

Este protocolo é a formalização de uma cooperação que já se verificava, tratando-se de uma dinâmica conjunta que se estabeleceu e foi reforçada, pretendendo democratizar o campo de conhecimento em torno de Eugénio de Andrade. Esta ponte permanente entre o Fundão e o Porto, tem o objetivo de defender e valorizar o espólio do poeta, valorizando este património, vida e obra extraordinárias de Eugénio de Andrade.

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